worst words

Nossos pais sempre insistem que falar palavrão é muito feio. Brigam e fazem cara de horrorizados quando deixamos um escapar. Como se puta, foda e caralho fossem as piores palavras a se dizer pra alguém. Depois que você ouve um "eu te odeio" que soe sincero, ele atinge mais que ser chamada de puta, vadia e derivados. Na verdade, o "eu te odeio" é muito mais que uma simples frase, porque ele vem carregado com sentimento ruim, o ódio. Ódio e amor andam tão banalizados que não dói mais ouvir o "eu te odeio", ele pode sair da boca de qualquer um, todo mundo diz sem ser verdade. Por isso, vou descartá-lo da lista das piores palavras.

Na infância, quando você está aprendendo as coisas sobre o mundo, ouvir um "não" pode ser pior, muito pior que qualquer coisa. Você até chora e esperneia quando seus pais dizem e acabam, as vezes, até com um dos seus sonhos. Ouvir "não" faz parte do crescimento de qualquer um, e a falta dele transforma muita gente em mimada. Mesmo que ninguém goste de ouvir.

O nunca pode ser cruel. Você nunca vai conseguir. Você nunca vai superar. Ele nunca vai te amar. Antes de dizer nunca, sempre vem o maldito ditado na cabeça: nunca diga nunca. Porque as vezes, o nunca não é nunca. Você achava que ele era, mas não é.

Eu podia considerar qualquer dessas palavras como a pior de todas, mas na sexta eu aprendi que dizer o "adeus" é a pior delas. "Adeus" é muito diferente de um "até logo", ele é um tchau pra sempre, até nunca mais. Ouvir isso sair da sua boca é doloroso, mesmo que a pessoa não signifique muito, falar sabendo que seus destinos nunca mais se encontrarão não é legal, não é lindo, não é feliz.

Sexta foi o dia de dizer muitos "até o ano que vem", e tantos outros "adeus". Podia ter sido pior se fosse com alguém que fosse parte importante da minha vida, mas me faz pensar, e quando for a hora do grande adeus?