7 de dez. de 2008

a fantastica fabrica de chocolates

Sal demais em qualquer comida
Deixa a gente com a garganta ardida.
Veroca Sal não é sal, é criança,
Mas deixou entre nós ardida lembrança.
Mimada, estragada, entojada, briguenta,
Tem tudo o que quer e não se contenta.
Escreveu não leu ela chama o pai,
Só abre a boca e pede o que sai:
Brinquedos, doces, qualquer bugiganga.
Se é tempo de uva ela pede manga,
Se em casa tem doce ela pede salgado,
Se tem rapadura ela pede melado.
Se está na Itália quer ir pra Argentina,
Se está na praia quer ir pra piscina.
Exige e quer tudo o que sonha
E o pai obedece que nem um pamonha.
A mãe, outra tonta, está sempre aflita,
Naquela família só a filha é que apita.
Mas na fábrica quem manda é Seu Wonka
E a Veroca acabou levando uma bronca:
Você pensa que aqui está na sua casa?
Que pode pedir galinha sem asa
E querer transferir o Amazonas pro Nilo?
Pois só faltava querer um esquilo!
Pra uma menina com tanto capricho
O melhor lugar é no meio do lixo.
Mas não se preocupe, vai ter companhia,
Vai ter papel velho e caixa vazia,
Lasanha estragada ainda com molho,
Feijão azedo com resto de repolho,
Espinha de peixe, osso de galinha,
Casca de banana e lata sem sardinha.
Pra quem só conhece riqueza e luxo
Vai ser difícil agüentar o repuxo.
Mas pra Veroca é esse o remédio
Pra não acabar morrendo de tédio.
Pois essa mania de pedir só besteira
Bem lá no fundo é uma grande canseira.

Um comentário:

Julie B disse...

Isso me lembra ao chocolate wonka que eu comi esses dias *--*